segunda-feira, 28 de novembro de 2011

PARIS-Projeto EUROPAIN-2012



O Projeto EUROPAIN-2012 é um programa de viagem à França, para amantes da gastronomia. Em menos de 30 dias reunimos 20 interessados, colegas e amigos para essa aventura: um mergulho na alta gastronomia, lá mesmo onde ela nasceu, cresceu e se espalhou pelo mundo: Paris e Lyon, os nossos destinos , nestes 12 dias de março 2012.
Além dos cartões postais do turismo moderno: Torre Eiffel, museu do Louvre e ainda Versailles, teremos direito a workshop no Atelier des Chefs, escola que se autodenomina: o “lugar onde a cozinha é um espetáculo“, no coração de Paris.


Em uma das noites invernais da capital francesa, desceremos até os sub-solos do mais parisiense dos lugares, a Île Saint-Louis, menos de 100 metros da catedral de Notre Dame, onde nasceu a Lutetia (ou Lutèce), fundada por um povo de origem celta, de nome Parisii, nome que se tornou o da capital da Gália, algo que significava “chaudron” ou caldeirão!
Será exatamente de um “chaudron” que nós, viajantes modernos, ávidos por sabores exóticos de agora e de outrora, iremos retirar a comida, no conhecido e reconhecido Nos Ancêtres les Gaulois”, restaurante estilo medieval, onde se come com fartura e se bebe sem moderação! Ninguém irá dirigir depois e, se quiser, nem precisa voltar para o hotel. Tudo foi previsto!
O Salão EUROPAIN será um espetáculo à parte: o que se verá lá, estará em nossos restaurantes e confeitarias daqui a 2, 3 ou mesmo 5 anos. A inovação é a principal característica deste salão de alimentação, que costuma receber expositores de mais de 80 países.


Lyon, a capital internacional da gastronomia, maior concentração de estrelas no Michelin, por m2, será o segundo destino de nosso grupo na França. Além de uma degustação de “Vins et fromages” nas chamadas “Halles de Lyon (inaugurada em 1859!), recentemente renovadas, teremos o privilégio de seguir um curso de cozinha no “Château Vivier” onde está o Instituto Paul Bocuse, onde reina este que é reconhecido mundialmente como o “chef do século”.
“O Chef que tirou os chefs de dentro das cozinhas”.


Enriquecidos com as novas experiências e muitos novos sabores, gravados em nossas papilas, nossa viagem começa a terminar no Aéroport Saint Exupéry de Lyon, na tarde do dia 11 de março de 2012. Apenas a viagem, pois a nossa aventura continuará por longos meses, seja nos encontros com os amigos de volta à casa, seja nas imagens gravadas ou na repetição das experiências vividas.


Bon Voyage!

domingo, 6 de novembro de 2011

Eu morei neste castelo * ou “Sabendo francês podemos ser mais felizes”


Por mais de quatro décadas esperei por uma afirmação com este teor. Sempre temi ser o único a pensar assim. Ignácio de Loyola Brandão, escritor conhecido e cronista sênior de O Estadão, nesta sexta feira, 4/11, nos surpreendeu com uma matéria, onde ele no faz viajar por uma França de charmes e sabores, de lembranças e vivências e uma conclusão quase óbvia -não obstante surpreendente: “podemos ser mais felizes, falando (em) francês”.
Duas colegas, Jana e Tânia, dos nossos encontros semanais no IGA, muito atentas, generosas me fizeram conhecer a crônica. Merci.
A matéria começa com a afirmação “não me considere esnobe, exibido”, menos modesto, (é sempre assim), eu diria exatamente o oposto: “considere-me esnobe, exibido” – infeliz de quem não ouviu (e entendeu), por exemplo, o sentido de “Je t´aime, moi non plus” de Serge Gainsbourg e Jane Birkin, no final dos anos 1960 ou ainda, daqueles que não tiveram a chance de ouvir pela primeira vez um “je t´aime”, no momento exato do despertar da primeira paixão ou se preferir, da primeira noite que insiste em não acabar, invadida pela sensação (constatação), nada reconfortante de que “un seul être vous manque et tout est dépeuplé” ou se preferirem – “basta que uma única pessoa falte para que o mundo lhe pareça completamente vazio - um deserto”.
Ninguém pode ser culpado por não estar onde as coisas, de repente, acontecem ou aconteceram, já, viver a adolescência, lá mesmo onde o amor foi, se não inventado, pelo menos como em nenhum outro lugar, colocado em versos, foi um grande privilégio.
Rimbaud, Verlaine, de quem fala o cronista ou mesmo o deprimido Baudelaire das noites insones e nostálgicas, com suas “Harmonie du soir” ou “Correspondances”, e ainda um Gerard de Nerval, com El Desdichado, (cujos versos, sem dificuldade, ainda posso citar) são registros de verdadeiros “frissons” . Eu disse frisson e não arrepio.
J´ai tout appris de toi, juqu´au sens du frisson”,(de você tudo aprendi, até o significado do arrepio) me vem à mente o que cantava Jean Ferrat, nos versos do Louis Aragon,poeta maior do Surrealismo, da primeira metade do Século Vinte, nos Hits Parade de minhas tardes pós-adolescentes, nas dependências do Chateau de La Tremblaye, construído sobre um sitio impregnado do sangue dos vendéens (Vendée), da batalha de Cholet.
A matéria do jornalista deixa entrever, apesar de não aprofundar: conhecer, falar a língua, evita o erro no qual, geralmente, as traduções incorrem. Palavras que expressam sentimentos, quando traduzidas, não passam de traduções literais, apenas isso, uma vez que omitem o contexto.
Sentimento não é química, ainda que se diga “rolar uma química”, sentimento se expressa com o concurso de todas as ciências ou de nenhuma delas, o que dá no mesmo.
Por fim, conhecer a França, no original, sem tradução ou interpretação (intérprete) só com o domínio da língua se consegue. Os franceses, que não nasceram ontem (desculpem o lugar-comum) ou que não se fizeram na velocidade de um fast-food -procurem por um Mac Donalds no interior da França-, sabem muito bem distinguir o forasteiro que veio somente para se apropriar da sua cultura e da sua historia, construídas sobre muito sangue e sacrifício –“Égorger nos fils et nos compagnes!” (Decapitar nossos filhos e nossas companheiras) canta o francês(até mesmo nos estádios de futebol) no seu Hino Nacional La Marseillaise, daquele que busca em sua “France Profonde” (França profunda, autêntica e não a dos cartões postais), um “savoir-faire” ou um “savoir-vivre” que resultou de séculos de experiências e de aprendizados.
Ninguém aprende de fato uma língua sem mergulhar nas histórias do povo que a fala. Falar uma língua estrangeira é muito mais do que comunicar-se. Muitos existem que, apesar do tempo dedicado ao estudo de uma língua, só conseguem comunicar-se. Para falar, precisa ir um pouco além, como imbuir-se do espírito daqueles que ao longo de séculos fizeram esta língua. Mais do que estudar, é preciso viver a história do povo que a fala. Viver a língua é investir(investigar e apreender) na felicidade dos que a praticam. Parlons français et soyons heureux!
O convite é quase irrecusável!
Quer ver a reportagem do Ignácio de L. Brandão? Clique em:
Sabendo francês podemos ser mais felizes
*Chateau de La Tremblay-Cholet(hoje hotel de charme), de setembro 1967 até agosto de 1969!