segunda-feira, 13 de junho de 2011

Quando o cotidiano insiste em não nos dar todas as respostas.


Que poderosas âncoras poderiam nos fazer levitar? Sair do marasmo de um cotidiano morno e entrar nas incertezas de uma viagem sem destino: viver.
Viver é optar pela busca incessante de horizontes sobre os quais não se tem controle.
Viver é vagar sozinho no escuro de uma noite sem lua ou estrelas, é navegar sem bússola em mar revolto, onde a cada instante a direção é diferente.
Viver é viajar no tempo e no espaço, uma viagem da qual só se tem certeza da hora da partida, nunca da chegada, simplesmente porque ela pode acontecer a qualquer instante.
Viver é o milagre que se renova, a cada segundo, a cada batida do coração.
A harmonia no corpo, que produz a vida, resulta de uma infinidade de combinações. É lugar comum comparar o corpo humano a uma máquina sofisticada e complexa e ainda, afirmar que o homem seria incapaz de criar algo igual e menos ainda, superior a si próprio. Não ousaria ser tão categórico, acredito inclusive que um dia, ainda existirá uma máquina que nos suplante. O que tenho certeza é que o homem jamais conseguirá dar uma alma a sua invenção. O que vem a dizer que sempre seremos superiores a tudo que venhamos a criar ou inventar.
É muito provável que a medicina, com toda a sua ciência, consiga um dia recompor,integralmente, um corpo humano, peça por peça, com toda a sua complexidade mas, sempre será, no máximo, um corpo ou seja um cadáver - jamais um ser humano, porque vai lhe faltar a alma. Isto o homem jamais conseguirá!
“Não depende de nós que tudo dependa de nós” – estamos condenados a cuidar para sempre de nosso destino, principalmente agora que temos a capacidade de exterminar, várias vezes, a nossa raça, sobretudo em razão da infinidade de armas de que dispõe, hoje, a humanidade.
Se viver pode ser mágico, morrer não passa de um incidente, falência de algum órgão que, programado ou não, cessa de cumprir a sua missão.
Porque tantas alusões à morte se o propósito aqui é falar da vida? –Vida e morte caminham juntas. Mas afinal, o que seria da vida se não fosse a morte?
O milagre da vida acontece milhares de vezes todos os dias – negá-lo é ignorar a complexidade do ser superior que somos. Cada um de nós.

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