Ontem, prova de fogo para quem ficou parado por seis meses, como eu. Feriado do Dia das Crianças, nada como se armar da energia das crianças e se dar de presente uma ida e volta de Campinas ao Pico das Cabras, em Joaquim Egidio: 52.740 metros em 12horas 12 minutos, com 33 minutos de descanso!
Às 4hrs, o relógio avisa que é hora de cair da cama. Café da manhã frugal: suco, uma fruta e duas fatias de pão integral com peru e queijo prato.
Às 5h05 mochila nas costas, saída da casa do amigo Paulo, o trio Paulo, Daniel e eu seguimos pela rua que margeia o Colégio Notre Dame de Campinas. Nas nossas costas ainda resta um pouco de lua, quase cheia.
Meia hora depois já estávamos pegando o caminho à esquerda, logo depois de cruzar o Atibaia, no centro de Sousas. Com árvores altas de ambos os lados, piso de areia, o caminhar fica suave. Defronte o Restaurante Malagueta retomamos o asfalto por uns 700mts e depois novamente uma trilha, antes da entrada de Joaquim Egídio. Margeando o ribeirão das Cabras tomamos, o que no passado, era o percurso do ramal férreo do café e depois o Bonde de Campinas até Joaquim Egidio, inaugurado, pasmem, em 1894! A estação de Joaquim ainda está lá, ao lado do Restaurante Marupiara.
Dali pra frente é só asfalto. Retomamos o trecho, onde há três anos, corri a primeira Meia Maratona (21k90m – 2h06m) da minha vida. De cada lado da pista, restaurantes, sedes de fazendas centenárias, margeando, por longos trechos, o Ribeirão das Cabras.
Neste percurso muitos grupos de bikers e alguns de motoqueiros ruidosos e, lá na frente o Feijão com Tranqueiras, pra quem gosta de comida mineira.
Cinco kms antes de chagar no Pico das Cabras felizmente, acaba o asfalto, para conforto de nossos pés.
Para lembrar: o Quércia, o Maluf do PMDB, (aquele que r. mas faz!) pretendia asfaltar até o Pico, mas o lobby da astronomia conseguiu impedir, uma vez que os faróis dos carros, que com o asfalto afluiriam em maior número ( é muito romântico namorar depois da meia noite na paisagem lunar do Pico das Cabras!) poderiam atrapalhar a observação dos céus pelos dedicados astrônomos de nosso Observatório de Capricórnio de Campinas.
Às 10h27,ou seja exatas 5h22 após termos dado o primeiro passo, depusemos nossas mochilas. À sombra do avançado de uma lanchonete (pois é, agora no Pico das Cabras tem) saboreamos uma revigorante coca-cola, bem gelada, depois de muita água morna, e o mais gostoso pão do salame do mundo!(hoje era peru) contemplando a paisagem lunar do local.
Meia hora depois da chegada, de volta na areia da estrada, para a descida (Pico das Cabras 1072m – Campinas em torno de 600m). Mais sol, mais calor, mais cansaço: é hora de achar assunto para compensar o desgaste. Logo nos deparamos com um pobre garoto que, junto com dois adultos de bike, nos havia ultrapassado a algo como 40/50km/h, sentado na beira da estrada de cascalho fino, todo ralado e sangrando na perna e na boca!
A passada é mais curta e os períodos de silêncio mais longos. Só o Daniel, em forte preparo para a ultra de Campinas (24 horas correndo) continua indo e voltando – com isto ele terá feito algo como 60kms!
Quanto à água, no fim, tivemos que apelar para um chacareiro que nos trouxe um galão com água geladinha – uma dádiva!
No chão do asfalto ainda se encontra a marca dos 10k5, da meia maratona de 2008. Dali até Joaquim foi de fato penoso em razão do calor e do sol. A alternativa era mudar de lado da pista, sempre que havia sombra.
Ao passar, de volta, pelo Marupiara, tanto restaurante quanto estacionamento abarrotado. Meio estranho imaginar todos os cações,os robalos que lá dentro se comia e nós, custando a chegar em algum lugar pra devorar a mortadela com pão integral!
Este lugar foi uma lanchonete rústica, ponto de apoio da escolinha de equitação(existem várias) que fica logo na entrada da trilha de Joaquim. Vazia, escolhemos uma mesa afastada para, de posse de mais uma coca gelada, abrir o alumínio e sorver, com apetite de caminhoneiro, o delicioso sanduiche.
Muito bom percorrer aquelas alamedas sombreadas até ganhar novamente o centro de Souza, cruzar a ponte histórica de ferro do antigo bonde e após um gatorade da padaria em frente ao posto, encarar a longa e ultima subida até o colégio Notre Dame e, finalmente, o ponto de chegada e de partida, após rever as construções do colégio à esquerda, principalmente o seu campão, de muitas atividades como olimpíadas, muitas, mas muitas festas juninas, com suas fogueiras enormes.
Acabou!
Acabou também a nossa longa jornada, quando eram 17h45, na portaria do Condomínio Villa das Flores.
A JORNADA EM NUMEROS
IDA - Saida Villa das Flores 5:05
Chegada Pico das Cabras 10:27
Tempo gasto -5:22
Total Km = 26.37 / Ritmo min/Km = 12:13
Tempo parados no pico das cabras 0:33
VOLTA - Saida Pico das Cabras 10:57
Chegada Villa das Flores 17:53
Tempo gasto - 6:50
Total Km = 26.37 / Ritmo min/Km = 15:33
TOTAL Total Km = 52.74 / Ritmo min/Km = 14:30 12:45
((Contribuição Garmin do P. Sacramento)